quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Admirável mundo louco

Tem horas que me surpreendo com este admirável mundo louco. Depois de assistir a retrospectiva 2009, fiquei meio perplexa com o tamanho das atrocidades que estamos cometendo contra nós mesmos, como é incrível a capacidade do ser humano em se suicidar. Donos de uma marca egoísta e de uma gana imensa, somos tomadores de um ego profundo, que não se finda até que tudo se acabe. Será este o pecado da gula? A vontade que me dá é de ver o mundo passar pela janela do meu quarto esperando a morte chegar a ter que conviver com a limitação de ver uma realidade tão dura e cruel, onde o futuro do próximo pode estar bem próximo da gente, quem sabe a duas quadras da nossa rua, com meninos de ontem consumindo a droga de hoje, preenchida pela ignorância, intolerância e medo. O que vai ser dos moradores deste planeta daqui algum tempo? Será que as folhas verdes do pé de laranjeira serão vistas por eles? E o sol amarelo das tardes de domingo? Será que beberão de água limpa e cristalina? Ou poderão tomar banho de chuva naqueles dias de verão? É assombrador como o tempo está correndo e como corremos contra ele. Inúmeras cenas insanas de violência e covardia preenchem nossos olhos e ouvidos todos os dias. O homem tem a incrível capacidade de se destruir, de geração em geração, nunca se finda, pelo contrário a história só se repete e cada vez com mais intensidade. Será este o sinônimo de evolução? Nem mesmo o lugar ao sol é tão almejado como antes, a de se preferir um lugar bem longe dele para não derreter!!!
O que me dá mais pena é a capacidade que o ser humano tem em se achar superior. Onde estão os aprendizados que a vida tem a obrigação de fornecer? Quem tem acesso a estes arquivos? Entendo que menos é mais e quanto mais procuramos menos encontramos. A felicidade não é feita de pedras e paus e sim de memórias, sensações e um pouco mais de compaixão. Nesta inconstante discussão já nem sei mais se a busca pela felicidade é algo tão almejado, talvez o simples fato de dirigir seu próprio umbigo já seja suficiente para aqueles que se julgam capazes de ser melhor que os outros. Pobres dos que seguem infelizes pelo caminho do ego e vaidade, infelizmente pagam os que devem e os que não devem também.